"Tenho apenas duas mãos, e o sentimento do mundo" (Carlos Drummond de Andrade)





quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Apenas felicidade.


Fiz tudo que sempre fiz, nada fora do normal. Podia ser tristeza, solidão, carência, ou qualquer outro sentimento que tomou meu tempo durante esses meses, mas não era. Era felicidade. E eu não entendi nada. Eu fiz a mesma coisa durante meses, como pode mudar assim de um dia para o outro?
Acordei com a cabeça pesada, tomei um banho bem gelado, peguei uma xícara de café quentinho e sentei. Estranho, eu não estava com mau humor igual a todas as manhas.
Ainda pensando que era coisa passageira, fui dar uma olhada no celular na esperança de ter algo novo que me animasse. Merda. Estava cheio de mensagens, e eu ao invés de apagar ou nem ler como sempre fazia, li todas e respondi com a maior calma. E até me animei, pelo menos tem gente nesse mundo que lembra que eu existo.
Troquei de roupa. Pensei em sair, mas estava chovendo. Pensei em ler, e contei. Tenho 15 livros para ler. Tentei escolher um que me parecesse legal, mais hoje, nesse dia, nenhum livro me pareceu legal. Talvez eu só não estivesse com vontade de ler, de pensar.
Peguei minha cachorra, e deitei em minha cama. Ela estava fedendo, também não é pra menos depois to tanto de chuva que tomou enquanto brincava na água. E eu ao invés de levá-la para casinha dela passei minha mão sobre sua cabeça, e continuei ali durante horas. Eu estava com uma vontade imensa de sentir, de viver, de ficar ali o resto da vida.
E depois de tanto chover, saiu um sol lindo. Abri a janela do meu quarto, e olhei meu coqueiro. Ele estava lindo, como nunca esteve. Todo verdinho, todo lindo. Eu fiquei encantada com aquilo.
Ai pensei: "Tenho que ser assim todos os dias, sofrer daquele jeito é muita falta de tempo. Pra que ser triste, se ser feliz é bem melhor?" E apartir daí, o verão chuvoso ficou mais lindo, mais limpo, mais gostoso, com um ar mais puro. E eu me senti a pessoa mais feliz do mundo. E o melhor, não precisei de ninguém para me sentir assim, só de mim mesma!

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