"Tenho apenas duas mãos, e o sentimento do mundo" (Carlos Drummond de Andrade)





terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Barquinho vai, barquinho vem...


Barquinho vai, barquinho vem... Tanto azul, tanta coisa. E de longe eu te vejo, lindo e devagar, e te ouço vindo, sereno, como só você consegue ser. Por não ter nós sempre imaginamos. Resolvi então, criar pra mim.
Barquinho vai, barquinho vem... Nesse mar de pessoas perco-me em mim. Tantos pensamentos, tão meu, tão seu. Queria você aqui, enchendo-me, olhando-me, me fazendo feliz.
Barquinho vai, barquinho vem... Senta-te aqui, me faz companhia meu anjo da guarda.
Barquinho vai, barquinho vem... Tudo depende da maré. Você indo, você vindo. Você navegando, você me deixando. Não faça isso! Eu sinto tanto essas suas viagens.
Barquinho vai, barquinho vem... Te espero. Estou aqui, no mesmo lugar, do mesmo jeito, gritando, implorando, te precisando.
Barquinho vai, barquinho vem... Não importa! Só esteja aqui meu anjo imaginário. Vem que eu te cuido, te ajudo, e nos faço feliz. Só venha. Não quero navio grande não, quero você barquinho, que me balança, que me deixa a Deus dará. Vem que a única coisa que quero, é me perder, para me encontrar. Anjinho...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Orgulho!

Sentei, abri a janela, e senti o ar fresco em meu rosto. Nossa, faz quanto tempo que não me sentia assim? O vento gritava, o sol parecia explodir, e eu aqui, com meu cabelo preso, com meus olhos castanhos radiantes, com o vento me tocando, com a alma voando.
De repente doeu, mas uma dor gostosa, a dor de sentir que acabou, e que sai de mais uma de minhas aventuras viva!
E tem gente que tem a capacidade de dizer que se odeia, se quer saber, eu tenho um orgulho imenso de mim. orgulho por ter sido tudo aquilo que eu esperava de mim, e saber sair das situações ruins de cabeça erguida, e por incrível que pareça, bem.
E pra que chorar? Por ter sido idiota? Por ter acabado? Tenha dó! Eu estou aqui não estou? Estou bem não é? É isso que importa caramba!

Certa vez ouvi essa frase: "Ele é só um garoto, e não seu oxigenio."

E é a pura verdade. Cheguei a conclusão de que a "cara metade" vai chegar na hora em que eu estiver pronta, no momento certo, e não adianta esperar. As coisas acontecem quando agente menos espera, mesmo que para acontecer, demore um tempo... Mas chega, eu sei que chega.
Quando é pra ser, vai ser. E quando não é, não adianta correr atrás porque não vai ser. Não devemos colocar muita intensidade no que não vale a pena não é?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Chuva... Como você me dói.

Eu estava bem, juro que estava. Não tinha nada doendo, nada machucando, e eu jurava toda noite pra mim que estava tudo dentro do normal. E de tanto me dizer isso, comecei a acreditar fielmente que tudo estava bem.
Sabendo disso, não me proibi de nada. Ouvi todas as musicas que mexiam comigo, olhei por horas e horas as fotos que tanto me fazia chorar, mas eu estava fingindo tão bem pra mim mesma, que tudo isso não tinha tanto efeito sobre mim, parece que eu tinha dado uma anestesia nessas memorias e elas não doíam mais.
Mas hoje, justo hoje, eu estava sentada na varanda olhando a rua. A rede me balançava como se eu fosse uma criança em um balanço. Eu fechava os olhos e só ouvia o "clac clac" da rede me sacudindo. De repente começou a chover, e sem querer lembrei de uma coisa que a tempos não lembrava.
Lembro como se fosse hoje, ele me esnobando, me olhando nos olhos e me dizendo tantas coisas horríveis, tantas coisas sem nexo. Lembrei de como eu sai correndo deixando ele para trás, lembro de como me senti. Mas ele nunca se importou, aliás, para ele eu nunca tive nenhum significado. Nossa, como isso doeu.
Quando me dei conta, estava chorando. Não era saudade, nem tristeza, era só uma coisa ruim.
Ódio? Não era. Rancor? Poderia ser. Magoa? Certeza que era. Magoa por mim, porque quando penso eu sinto tanta dó de mim, eu fui tão ingénua e ele tão insensível, eu só estava sendo eu mesma e isso não é pecado algum.
Tudo bem que meu forte nunca foi identificar carácter, mas ele poderia ter sido um pouco mais sentimental não é?
Levantei da rede, enxuguei meus olhos, e disse pra mim mesma: "Passou, passou. Agora você está bem e nada irá te machucar, eu juro."
Deitei encolhida em minha coberta como uma criança chorando pela bala que a mãe não lhe comprou. Dormi. Amanha será outro dia.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Simples assim!

De tudo que escrevi até hoje, nunca conseguir chegar a dizer por palavras como e quem realmente sou. Penso que ninguém realmente sabe quem verdadeiramente é.
Sou caseira, penso que é mais produtivo ficar em casa lendo um bom livro como uma história policial com várias aventuras e mistérios como detective Poirot e Miss Parple, personagens da ilustríssima Agatha Chistie, ou um romance de Clarice Lispector, ou um bom conto de Caio Fernando de Abreu. Amo ler e escrever. A leitura e a escrita me fazem viajar, me dão prazer, me fazem sentir coisas novas, me fazem acima de tudo tentar entender o que a humanidade pensa.
Considero-me bem 8 ou 80. Eu quero, ou não quero. Eu gosto, ou não gosto. Nesse aspecto sou bem decidida, e quando coloco alguma coisa na cabeça, não há quem tire a ideia de mim.
Sou profunda e sensível. Sinto dores que não são minhas, sempre faço meu máximo, gosto de ajudar as pessoas, gosto de compartilhar o que sei, gosto de tentar entender tudo que esta á minha volta e coloco muito sentimento nas coisas, e pra mim isso é uma coisa que tenho que aprender a dosar.
Quando me perguntam quem admiro, eu respondo na lata que é meu avô. Vejo-o como um exemplo de vida, como um grande sábio. Ele, assim como eu ama ler e tem uma biblioteca imensa em sua casa. Confesso que quando vou até lá, fico horas e horas observando aquelas grandes prateleiras infestadas de livros e confesso também que amo o cheiro daquele lugar. Tem coisa mais gostosa do que cheiro de livro? Cheiro de livro antigo? Pra mim realmente não tem.
Sou esforçada demais, perfeccionista demais, centrada nem tanto, mas me considero.
Quando pedem minha opinião sempre digo o que penso, acho que por isso as pessoas me acham um pouco chata, mas nada fora do normal. Choro por quase tudo e pra mim isso é uma coisa que tenho que aprender a controlar. Meus amigos e minha família são tudo pra mim, e sem eles eu não seria nada.

Sou assim, amo-me assim, e sempre vou ser assim. Incrível, simples assim!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Lembranças...

Minhas lembranças. Cada ponto de terra, cada pedaço de memória, cada graminha. Tudo esquecido, ou adormecido seja a palavra certa. E é em dias assim, com esse silencio, com essa paz, que me lembro de tudo. A jabuticabeira carregada, a mangueira não se aguentando em pé de tanta manga, a rabiola que a tempos, no meio de uma brincadeira foi enroscada na árvore, a tintura apagada, a visão. Ah, minha infância. De repente veio maquinas e demoliram todas as lembranças que eu tinha dela. Todas mesmo. Cade me pátio que eu adorava jogar queimada? Cade meu pé de café? Está tudo em baixo de uma construção em andamento. A grama está mal feita, e tem sujeira. Cade aquele verde brilhante meu Deus? Sumiram....
O ano já começou, e virão novas lembranças, novos momentos juntos aqui. Mas, aah que saudade daquela época.
Essa paz, esse silencio. Como eu amo esse lugar, como eu amo estar aqui, mesmo não sendo igual. Tem lugar mais gostoso do que casa de ? Realmente não tem.
Lembranças...