"Tenho apenas duas mãos, e o sentimento do mundo" (Carlos Drummond de Andrade)





sexta-feira, 27 de maio de 2011

Desculpe-me.

Olha... Desculpe-me.
Desculpe-me se eu sou fraca, se eu não consigo sair dessa.
Desculpe-me por ficar com as maçãs do rosto vermelhas, por ficar suando frio, por sentir frio na barriga.
Desculpe-me se eu te falei muita coisa, e você nem ouviu. Eu só queria conversar.
Desculpe-me se eu te irritei. Eu só queria mostrar minha alegria para alguém.
Desculpe-me se eu abri todas as minhas feridas pra você olhar e me ajudar. Eu só queria um conselho.
Desculpe-me se eu já chorei no seu ombro. Eu só queria um abraço.
Desculpe-me se te olhei nos olhos. Desculpe-me....

Eu só vim te falar: Desculpe-me por eu ser fraca, por ser sensível e ser eu mesma. Eu só fiz o meu melhor.
Desculpe-me.

domingo, 15 de maio de 2011

Não, você não sabe.

Porque eu estava ali. Querendo ou não eu estava.
Durante segundos, senti meu corpo não responder á mim. Sim, ele não respondia!
Senti nojo de estar ali. É como se, tudo aquilo de que eu fugi por anos, voltasse com tudo...
A boca seca, a mão suando frio, as pernas bambeiam, a alma pede ajuda!
Porque não! Eu não sou obrigada e ver e sentir nada disso, não de novo, não agora.
Me dá vontade de ir embora. Ir embora para a minha casa, para as minhas coisas, para o meu mundo.
Sinto que meus olhos querem transbordar. Não! Não venha falar comigo, eu não quero ouvir a sua voz...
Porque foi você, mulher sem coração, que me disse coisas tão... tão cruéis.
Finalmente chega a hora de partir, e sim, eu vou correndo.
Porque sabe, você não sabe como é difícil parecer estar bem, você não sabe...
Mas tudo bem, vamos... Vamos.

Me fala Zé, me fala.


[...] Porque ser gente é isso. É sentir, sonhar, se iludir, é querer, é ser.
Porque ser gente Zé é saber que ninguém é igual a ninguém, e aceitar.
Só te peço isso Zé. Me olha nos olhos, pega minha mão, diz que passou, que acabou...
Me diz que tem algum lugar nesse mundo, que eu me sinta inteiramente minha, que eu não me distraia de mim, que eu me enxergue em mim.
Me diz Zé, que eu vou voltar a sentir como o mundo sente, que eu vou chorar com a alma e não chorar simplesmente porque meus olhos pedem. Me diz que vou chorar com o coração...
Me abraça Zé, e diz que esse gelo vai quebrar.
Porque eu sei Zé, que você sabe o quão é difícil para mim sorrir, o quão é difícil colocar um sorriso no rosto e enfrentar o mundo.
Me abraça Zé, me abraça... [...]